O trabalho externo que tenho executado, é somente aonde consigo ir à pé; então, é só nas proximidades da Prefeitura.
As reclamações se acumulam; diante da insistência para que a Fiscalização atenda as solicitações, sou obrigada a ser clara: Não dispomos de veículo para que possamos trabalhar.
Nada posso fazer; E não volto atrás na decisão que tomei: Não saio mais em veículo de contribuinte. É para minha segurança e preservação. Sei que é uma atitude antipática, mas se o contribuinte prejudicado não me entender, nada posso fazer. Ele que responsabilize diretamente o Município, afinal, não somos nós servidores que elegemos as prioridades.
E creiam: Fiscalização efetiva para ordenamento da cidade, para arrecadar, para atendimento ao contribuinte, não é prioridade há muito tempo.
Tivemos condições de trabalho e incentivo para trabalhar muito e bem, na gestão Oscar Birlem (a gestão que mais eu tenho saudades; aliás, tudo o que é bom deixa saudades) e por poucos meses na gestão Jairo Marques, quando a secretaria de obras esteve sob o comando do Vice-Prefeito Valdomiro Novaski. Depois, o nosso veículo foi sucateado. Era um gol antigo, modelo SD: "Se Desmanchando". Para que fizesse menos barulho e trepidasse menos, colocamos no porta-malas um bloco de concreto. Mas era nosso instrumento de trabalho; e trabalhamos muiiitooo! arrecadamos muiiitooo!, ordenamos e limpamos a cidade, contivemos invasões, e realizamos todo o tipo de serviço que nos era ordenado.
Em setembro de 2009, foi adquirido um veículo novo para a fiscalização de obras. No primeiro momento até me emocionei; pela primeira vez teríamos um veículo novo, já que sempre tivemos veículos em péssimo estado, mas que, por pior que fossem, eram nossos, para fiscalização efetiva. Mas, o veículo zero km era uma piada de muito mau gosto.
Desde o primeiro dia o veículo foi destinado para outros fins.
Meu colega continuou dependendo do contribuinte para efetuar as vistorias de habite-se, e Eu, passei a implorar para trabalhar, o que fiz até há bem pouco tempo atrás. Hoje não faço mais.
O descaso é tão grande, que fazem questão de não ver o enorme prejuízo que estão causando ao município com esse cerceamento à Fiscalização de Obras.
E Eu estou cheia! Estou revoltaaaaadaaaa!
Estou farta do cerceamento que me tem sido feito.
Bem feito pra mim! Apostei demais... minhas expectativas eram altas demais.
Sinceramente, eu acreditei que nessa administração as fiscalizações seriam decentemente aparelhadas, os veículos seriam de uso exclusivo, já que são o instrumento de trabalho mais importante para fiscalização efetiva. Mas estava enganada, completamente...
Se estou decepcionada, frustrada? ESTOU!!!!!! E MUITO!!!!
Tudo o que eu queria era poder trabalhar... e meu serviço é externo.
Mas sem chance! Não acredito mais! Não imploro mais!
Faço o que dá para ser feito.
Sou simplesmente uma servidora pública cerceada, sem voz nem vez.
*Para Bia:
Se os comentários dos corredores expressam a verdade dos fatos, Querida, aplaudo tua dignidade! Tua integridade!
Se não reconhecem a tua dedicação, não importa.
Somos servidores públicos, e temos que trabalhar conforme as Leis e regras, e não conforme as exceções. E, onde está escrito que respeito é via de mão única?
Te dedico hoje, meu carinho e minha admiração. Tu merece Bibi!
Não te entristeça, não te abata.
Infelizmente querida, parece que o nosso destino é termos despedidas de 4 em 4 anos. Não deveria ser assim... não poderia ser assim... mas as atitudes que geram essas despedidas quadrienais, não são as nossas... nossas, são apenas as reações...
*Quanto ao post anterior, agradeço os comentários. Em breve voltarei tema.
*Para anônimo: Embora eu aceite teus comentários, que são bem produtivos, não me agrada o anonimato. Podes adotar um pseudônimo sem problemas. O anonimato é uma coisa pequena e pobre, que geralmente denota covardia e falta de caráter, o que me parece não ser o teu caso. Gostaria muito que continuasses a postar comentários, mas com pseudônimo ou com teu nome; anônimo, não. Não precisas temer represálias; temos o direito de expressar nossas idéias, pensamentos e sentimentos. Temos o direito de externar a nossa vida funcional, porque o próprio nome já diz: servidores públicos; portanto, nossa vida funcional é pública tanto para coisas boas como para coisas ruins. E, se as coisas ruins são em maior número do que as coisas boas, não é culpa dos servidores; culpem quem nos enxerga como burros e idiotas, quem não nos respeita, quem destrói nossa vontade de trabalhar, quem nos humilha.
Não me leve a mal, mas o anonimato é imperdoável pra mim.
Silvia Meister, simplesmente servidora pública sem voz nem vez, e cerceada completamente...